Memórias

Dei por mim a pensar na minha vida e a rever o meu passado. O que eu encontrei? Inicialmente, só me conseguia lembrar dos momentos mais tristes e, quanto mais retrocedia, a tristeza continuava a aumentar. Mas não podia ser.

Era impossível em 21 anos de existência só haver tristeza na minha vida. Foi então, que, com determinação e esforço, elas começaram a surgir. As memórias felizes. Tinha-me focado tanto na tristeza que me esquecera de apreciar e dar valor à alegria.

Primeiro lembrei-me do dia em que a Nina, a primeira cadela que tive, chegou à minha casa. Lembro-me do entusiasmo que senti, de correr para a janela e ver o meu pai a chegar.

Depois a minha primeira viagem até à Disneyland em Paris. Tinha 7 anos e tudo parecia um sonho. Queria ver tudo. Experimentar tudo e a alegria que sentia era indescritível.

Lembrei-me do nascimento das minhas primas e da emoção de estar à espera que nos viessem chamar para as ver.

E aquela vez nas férias de verão que fiquei com a minha irmã até tarde na praia, deitadas na zona da rebentação das ondas, depois corremos até à areia, ficámos como dois croquetes e voltámos correr, que nem loucas, até à água.

E quando fazíamos guerras de areia?
E quando a minha irmã me fazia cócegas até me faltar o ar?
Ou quando dançávamos e cantávamos aos saltos em cima da cama?

Incrível como nos esquecemos dos momentos de alegria da nossa infância e nos focamos apenas naquilo que é mau.

Escondemos as nossas emoções e o que sentimos porque nos esquecemos da sensação de liberdade que isso nos dava quando éramos crianças e nos lembramos apenas das desilusões que sofremos mais tarde.

Afastamos as pessoas porque não queremos que elas vejam o nosso interior. Porque só nos lembramos da tristeza e achamos que é apenas isso que elas vão ver. Achamos que elas nos vão achar depressivas, porque, como só nos lembramos da tristeza, achamos que somos de facto depressivas.

Mas não é verdade.

Somos mais que isso.

Só temos de deixar fluir e permitir-nos ser nós próprios.

Sair da sombra.

Brilhar!

Nós não temos medo da nossa escuridão, porque a conhecemos muito bem. Temos medo do nosso brilho, porque ele representa um novo mundo. Uma nova realidade.

Hoje tomei uma nova decisão.

Vou sair da escuridão dos meus medos e brilhar!

Chegou a hora.

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